As novas tecnologias e as gerações

//As novas tecnologias e as gerações

As novas tecnologias e as gerações

Como comunicadores é impossível não observarmos os avanços no setor, principalmente com o advento da internet e das novas tecnologias. Se por si só cada geração representa uma mudança na sociedade, umas mais e outras menos, nas últimas décadas tais transformações comportamentais têm dado novos rumos para a história da humanidade. Algo parecido já aconteceu em várias outras épocas, através de invenções como carro, avião, telefone, entre outras, porém talvez não com a mesma velocidade.

O mundo está conectado e sem dúvida essa possibilidade de facilmente ultrapassar fronteiras traça um novo perfil de população, independente de sua origem. Com isso, muito se falou nos choques de gerações, nas quais os babys boomers de certa forma ficaram rotulados como ultrapassados ou algo assim. Na outra ponta, a chamada geração Y ou millennials, despontou com vantagem, consumindo desde o início de sua formação as mais variadas inovações tecnológicas.

Foram brindados com o universo da grande rede e a proximidade proporcionada pelas redes sociais. Para alguns especialistas em educação uma vantagem, mas para outros a perda de muitos significados que só a intimidade e interação humana podem propiciar.

Independente de pontos de vista, o fato é que se trata de um caminho sem volta. O grande desafio é entender como cada um se encaixa nessa era na qual as plataformas “ditam as regras” em detrimento do olho no olho. Se a criança é o futuro e os jovens os grandes protagonistas das mudanças de valores sociais de época em época, cabe a cada um de nós uma leitura do que está acontecendo e como podemos nos tornar uma sociedade melhor, tirando proveito de tudo isso e observando até onde os valores primordiais para a cidadania podem ser interferidos.

Alvos fáceis das mais variadas ações de marketing, muitas questionadas devido ao grande Big Brother que está por de trás das redes sociais, nossa juventude conectada acaba vulnerável, pois a ingenuidade inerente a qualquer criança ou jovem também mudou, mas ainda é uma realidade. E aí pode estar o grande X da questão, quando as novas tecnologias são utilizadas para o mal, como já ocorre.

As habilidades ao teclar, a facilidade em se posicionar e se expor deu voz mais cedo ao jovem, mas também o colocou numa vitrine acessível, cujo inimigo pode estar bem próximo, do outro lado da tela.

Claro que não devemos pregar o pânico, mas cabe a reflexão. Tudo está acontecendo muito rápido, nos lares, nas escolas e no mercado de trabalho. Mas a boa notícia é que alguns estudos apontam que na contramão dos riscos, as avalanches de fotos, mensagens e compartilhamentos representam indícios de uma busca por maior aproximação com o outro, o que é muito bom, ainda que esse apelo seja via digital.

Não pregando o saudosismo, vale recordar de uma infância cuja conexão era na rua e a interatividade se dava por meio de inúmeros piques e brincadeiras. É certo que esse tempo não voltará jamais, porém ainda estamos falando de seres humanos e essa necessidade de representatividade e aceitação demonstrada nas mais variadas mídias, pode, sim, significar que a tecnológica gerações Y, Z e todas as outras que vierem podem priorizar o relacionamento com gente, com mais contato, toque e olho no olho.

 

*Alan Pereira é Diretor Executivo da Contextual Comunicação

By | 2019-05-24T16:52:41-03:00 agosto 23rd, 2018|Blog|0 Comments

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