As fake news (notícias falsas, na tradução livre) existem há tanto tempo quanto o jornalismo, mas atualmente, com a internet e o crescimento avassalador das mídias sociais, passaram a se propagar como rastilho de pólvora. Rapidamente são compartilhadas para milhares de pessoas através de correntes de Whatsapp e posts do Facebook. Para se ter ideia, uma pesquisa americana realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts comprovou que notícias falsas podem ter até 70% maior de alcance na internet do que verdadeiras.
A explicação é simples: as fake news utilizam de um elemento poderoso para atrair a atenção do público: o sensacionalismo, sem que haja nenhuma comprovação das suas veracidades. Além de propagarem a difamação de pessoas e/ou instituições bem como a desinformação, essas notícias se tornam ainda mais preocupantes quando se referem ao setor político, de saúde ou educacional. Uma vez que é alta a chance de causarem um alarde na população, como foi o caso de falsas propagações que vacinas seriam as responsáveis por causar o autismo ou o sarampo em crianças.
Na política um dos casos mais marcantes foi o processo da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada há alguns meses. Circulou nas redes sociais que a parlamentar teria engravidado aos 16 anos de Marcinho VP, famoso traficante do estado. Essas informações foram geradas devido a uma suposta foto de Marielle no colo do criminoso – sendo que não era nenhum dos dois na imagem compartilhada.
Na maioria das vezes essas notícias são propagadas por softwares (robôs) que impulsionam esse tipo de publicações para um amontoado de pessoas. No Twitter, por exemplo, são vendidos lotes de seguidores para impulsionar esse tipo de postagem. Esse recurso é utilizado nas redes sociais com o intuito de prejudicar uma pessoa ou um grupo. O que nos chama atenção é o fato de que muitas pessoas não pesquisam a veracidade das informações que recebem. O professor de psicologia e ciência neural da Universidade de Nova York, Jay Van Bavel, autor de uma pesquisa publicada no periódico Trends in Congnitive Science, diz que tudo está relacionado ao fato das pessoas não aceitarem ideias ou informações que contradizem com seus ideais.
Essa afirmação esclarece muita coisa, dada à situação que grande parte dos brasileiros se informam através de publicações feitas nas redes sociais, onde está formada sua “bolha social”. Sem falar que a maior porcentagem da população é leiga em assuntos de saúde, educação e economia.
*Juliana Eufrazio é Estagiária de Comunicação
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