O poder da influência

//O poder da influência

O poder da influência

No livro “As armas da persuasão”, o psicólogo Roberto Cialdini debate os princípios da influência e o conceito de que os seres humanos são influenciáveis por natureza, como o fato de tomarmos uma decisão a partir das ações de pessoas que estão em nosso círculo de relacionamento. Segundo o autor, é algo instintivo. Com a popularização das mídias de massa, o poder de persuadir se intensificou ainda mais. Na TV, por exemplo, marcas sempre buscaram atingir o público-alvo utilizando esse artifício, principalmente através de celebridades ou de um cantor do “hit do momento”. Hoje, paralelo aos comerciais de TVs, os avanços da internet e a popularização das redes sociais provocaram o surgimento de um novo tipo de influenciador: o digital, impulsionando a dimensão do alcance de pessoas. Segundo dados da Rede Snack, multiplataforma de canais autorizada pelo YouTube, a estimativa é de que já são 6 milhões desses profissionais no mundo, sendo 313 mil no Brasil.

Mas que habilidades os influenciadores utilizam para influenciar? Eles passaram a ganhar visibilidade ao produzirem conteúdos que interessam a um determinado nicho de pessoas e que, de alguma forma, se identificam com a mensagem transmitida, atingindo a decisão de compra dos consumidores. Na maioria dos casos, os perfis tornam-se famosos involuntariamente e, através das novas mídias, interagem com a audiência, geram engajamento e constroem a própria relevância na internet. Uma pesquisa de 2017 realizada pela Hashoff, empresa norte-americana de marketing de influência, mostra que o Instagram era o foco de 92% dos perfis dos . Em 2018, a tendência é de que 87% deles se mantenham ativos na rede social de compartilhamento de fotos. Os principais motivos do uso frequente são o imediatismo e a criação de comunidades, provocando uma interação rápida e direta com o público.

Atentas às tendências de mercado, as empresas buscam cada vez mais os influenciadores para se conectarem com os consumidores. O relatório “The State of Influencer Marketing”, da Linqia, aponta que 82% usaram a estratégia e 92% acharam eficaz em 2017. Entre os principais motivos estão o custo mais baixo das ações, a transmissão da mensagem com originalidade e a certificação de conversar diretamente com o público. Prova disso, são os resultados de uma pesquisa do Google, de 2017, realizada com a geração Millennials, que mostrou que 4 em cada 10 usuários do YouTube confiam mais no seu YouTuber favorito do que nos seus amigos, e que 6 em cada 10 seguiriam mais uma indicação de produto dele do que de uma celebridade.

Em sinergia com a preferência dos influenciadores, 92% das marcas também preferem criar ações no Instagram, seguido do Facebook (77%). Já os blogs (71%) também aparecem na lista de canais mais frequentes, apresentando um investimento crescente comparado a 2016 (46%).

Para 2018, a expectativa é de que 39% dos gestores planejam investimentos ainda maiores no segmento. Porém, as empresas precisam ter cautela ao identificarem influenciadores para destacar produtos e serviços. A parceria precisa fazer sentido para a marca, pois cada estratégia requer um mapeamento diferente. Nesse sentido, o apoio de especialistas que facilitem o processo, como por exemplo as agências de comunicação, é interessante.

Embora sua função seja relativamente nova, o influenciador digital ganha cada vez mais espaço porque é ágil, criativo e passa confiança aos seus seguidores através de conteúdos autênticos e naturais. A venda fica quase imperceptível.

E para quem pensa que a internet e as novas mídias ocuparam o espaço publicitário até então monopolizado pelos veículos tradicionais, dados do Kantar Ibope Media apontam que em 2017 os brasileiros passaram mais tempo em frente à TV do que em 2016. Com isso, é necessário se adaptar às convergências de mídias e as incertezas do futuro da comunicação. Como afirma Henry Jenkins, considerado um dos pesquisadores da mídia mais influentes da atualidade: “o desafio das empresas é identificar fatores que possam capturar a imaginação dos clientes e então alimentá-la em todas as mídias ao longo do tempo”.

*Igor Fernandes é Atendimento de Contas da Contextual Comunicação

By | 2018-04-03T14:08:27-03:00 fevereiro 23rd, 2018|Blog|0 Comments

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