Mulheres presentes… na Comunicação

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Mulheres presentes… na Comunicação

Empoderamento feminino, salários mais baixos, jornada dupla de trabalho, direitos iguais e assédio foram temas bastante debatidos no mês de março, especialmente após o assassinato da vereadora Marielle de Franco. O papel da mulher na sociedade e a luta por respeito e igualdade de direitos ganham cada vez mais profundidade porque essas guerreiras invadiram praticamente todos os setores do mercado de trabalho e firmam sua independência financeira.

Na área da Comunicação não poderia ser diferente. O público feminino pode ser considerado maioria, seja no dia a dia atuando diretamente com o público e clientes, seja nos cargos executivos e empreendedores, quando mulheres fundam suas próprias agências e tornam-se gestoras do negócio. Mas há um tema delicado, que embora aconteça em diversas áreas e lugares, é latente na Comunicação: o assédio.

Recentemente, mulheres que atuam no jornalismo esportivo criaram o movimento “Deixa Ela Trabalhar”, que ganhou as redes sociais e trouxe para discussão os inúmeros episódios de assédio vividos por elas. A ideia surgiu da jornalista Bruna Dealtry, do “Esporte Interativo”, após ela ter sido beijada à força por um torcedor durante uma transmissão ao vivo, e ganhou representantes como Fernanda Gentil, Cris Dias e Carol Barcellos.

As denúncias de assédios, assim como a luta pela igualdade de gênero, vêm ganhando força no cenário nacional e internacional. Há vários estudos que mostram isso, porém o Brasil ainda não contava com dados concretos a respeito do alcance desses problemas no ambiente das agências, produtoras e veículos de comunicação. Agora já tem. O Grupo Planejamento divulgou a primeira pesquisa sobre o tema, que mostra que, infelizmente, o assédio moral e sexual está claramente presente na atividade comunicação. Entre as mulheres entrevistadas, 90% declararam já terem sofrido alguma situação de assédio, já entre os homens, o índice é de 76%.

O estudo mostrou ainda a prática de assédio moral nas agências e empresas de comunicação. Para 89% das mulheres e 85% dos homens, o assédio moral é algo que faz parte do cotidiano de trabalho. Entre os tipos de assédio moral especificados no estudo estão a cobrança de tarefas em prazos impossíveis de serem cumpridos, jornadas extenuantes de trabalho (incluindo noites, feriados e finais de semana) e humilhação moral por parte de superiores ou clientes.

Infelizmente esse é um quadro que devemos lutar fortemente para evitarmos sintomas físicos e psicológicos, como reações que variam de crises de choro, ansiedade, sensação de incapacidade e depressão. Nós, mulheres, precisamos ser firmes e impor o nosso profissionalismo para mostrar à sociedade que não estamos a mercê e que não podemos ser desrespeitadas a qualquer momento. Esse é um combate constante.

 

*Eliane Mendonça é Diretora de contas da Contextual Comunicação

 

 

By | 2018-04-03T14:11:03-03:00 abril 3rd, 2018|Blog|0 Comments

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